A hemodiálise é um tratamento essencial para pacientes com insuficiência renal crônica, e o sucesso do procedimento depende diretamente de um acesso vascular adequado. Este pode ser feito por meio de uma fístula arteriovenosa (FAV), um enxerto vascular ou um cateter venoso central.
No entanto, com o uso frequente e prolongado desses acessos, algumas complicações podem surgir, comprometendo a eficácia da hemodiálise e aumentando os riscos para o paciente.
Neste artigo, vamos explorar as principais complicações associadas aos acessos para hemodiálise e como elas podem ser prevenidas e tratadas.
Principais Complicações dos Acessos para Hemodiálise
Os acessos vasculares para hemodiálise podem apresentar diversos problemas ao longo do tempo, sendo os mais comuns:
1. Trombose (Obstrução do Acesso)
A trombose ocorre quando um coágulo de sangue bloqueia o fluxo dentro do acesso vascular, impedindo sua utilização para a hemodiálise. Esse problema é mais frequente em enxertos vasculares, mas também pode ocorrer em fístulas arteriovenosas e cateteres.
Sintomas da Trombose
- Diminuição ou ausência do fluxo sanguíneo na fístula ou enxerto;
- Inchaço no braço ou na região do acesso;
- Dificuldade em realizar a hemodiálise devido ao baixo fluxo sanguíneo.
Tratamento e Prevenção
- O tratamento pode envolver trombólise medicamentosa (uso de drogas para dissolver o coágulo) ou um procedimento cirúrgico/endovascular para remover o coágulo;
- Para prevenir, recomenda-se manter uma boa hidratação e evitar compressões excessivas na fístula (como dormir sobre o braço afetado).
2. Infecção do Acesso
A infecção pode ocorrer em qualquer tipo de acesso para hemodiálise, mas é mais frequente em cateteres venosos centrais, pois esses dispositivos ficam diretamente conectados à corrente sanguínea.
Sintomas da Infecção
- Vermelhidão, calor e dor no local do acesso;
- Saída de secreção com mau cheiro ou pus;
- Febre e calafrios (sinal de infecção mais grave).
Tratamento e Prevenção
- O tratamento depende da gravidade da infecção e pode incluir uso de antibióticos ou até mesmo a remoção do acesso infectado;
- Para evitar infecções, é essencial manter uma boa higiene no local, trocar os curativos regularmente e evitar tocar desnecessariamente no acesso.
3. Estenose (Estreitamento do Acesso)
A estenose ocorre quando há um estreitamento progressivo dos vasos sanguíneos, dificultando o fluxo de sangue no acesso. Isso pode levar a uma hemodiálise ineficaz e aumentar o risco de trombose.
Sintomas da Estenose
- Diminuição do fluxo sanguíneo na fístula ou enxerto;
- Presença de um som anormal (sopro fraco ou ausente) ao auscultar o acesso;
- Inchaço na região do acesso ou no braço.
Tratamento e Prevenção
- O tratamento pode ser feito com um procedimento endovascular, como a angioplastia (colocação de um balão para alargar o vaso);
- Para prevenir, é fundamental um acompanhamento regular com um cirurgião vascular, que pode identificar a estenose precocemente por meio de ultrassonografia Doppler.
4. Aneurismas e Pseudoaneurismas
Os aneurismas são dilatações anormais da parede da fístula ou enxerto, enquanto os pseudoaneurismas são coleções de sangue fora do vaso, causadas por repetidas punções no mesmo local.
Sintomas dos Aneurismas e Pseudoaneurismas
- Inchaço ou protuberância na região do acesso;
- Pele fina e frágil sobre a área dilatada;
- Risco de ruptura e sangramento intenso.
Tratamento e Prevenção
- Pequenos aneurismas podem ser apenas monitorados, mas aneurismas grandes ou pseudoaneurismas podem necessitar de cirurgia para evitar rompimentos;
- Para prevenir, é importante alternar os locais de punção e evitar punções repetidas em uma mesma área.
5. Síndrome do Roubo Arterial
Essa complicação ocorre quando a fístula ou enxerto “desvia” muito sangue da circulação normal, reduzindo o fluxo para a mão ou o braço. Isso pode causar sintomas de isquemia (falta de oxigenação nos tecidos).
Sintomas da Síndrome do Roubo Arterial
- Mãos frias e pálidas no lado do acesso;
- Dor intensa na mão ou nos dedos, principalmente ao usar o braço;
- Feridas ou úlceras que não cicatrizam.
Tratamento e Prevenção
- Em casos leves, pode-se tentar ajustes na punção durante a diálise;
- Em situações graves, pode ser necessária cirurgia corretiva, como a ligadura da fístula ou a criação de um novo acesso em outro local.
Dicas Essenciais para Cuidar do Acesso Vascular
- Lave sempre as mãos antes de tocar no acesso;
- Evite carregar pesos ou comprimir o braço no qual está a fístula;
- Não durma sobre o braço do acesso;
- Alterne os pontos de punção para evitar enfraquecimento da parede vascular;
- Mantenha uma boa hidratação para favorecer o fluxo sanguíneo;
- Consulte regularmente um cirurgião vascular para monitoramento do acesso.
Os acessos para hemodiálise são essenciais para a vida dos pacientes com insuficiência renal, mas podem apresentar complicações que afetam a eficácia do tratamento e a qualidade de vida. Trombose, infecções, estenoses, aneurismas e síndrome do roubo arterial são os problemas mais comuns e precisam de atenção especializada para serem prevenidos e tratados adequadamente.
Manter hábitos saudáveis, cuidados rigorosos com a higiene e um acompanhamento médico regular são as melhores formas de garantir que o acesso vascular continue funcionando corretamente, proporcionando segurança e conforto ao paciente durante a hemodiálise.
Se você ou um familiar faz hemodiálise e percebe alguma alteração no acesso vascular, procure imediatamente um cirurgião vascular para uma avaliação detalhada. O diagnóstico precoce pode evitar complicações mais graves e garantir um tratamento eficaz.
Conte com quem pode te ajudar!
A Dra. Ani Loize Arendt é médica especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular com mais de 10 anos de experiência na área. Vamos agendar uma consulta para entender as diferentes formas de cuidar da sua saúde!
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