As varizes pélvicas são uma condição vascular que afeta as veias da pelve, causando dilatações anormais que podem gerar dor pélvica crônica e desconforto persistente, principalmente em mulheres. Elas ocorrem devido à dificuldade de retorno do sangue nas veias pélvicas, que podem dilatar-se e tornar-se tortuosas. Esse problema é mais comum em mulheres em idade fértil, especialmente em quem já teve filhos, pois a gravidez pode enfraquecer as veias pélvicas e levar ao desenvolvimento das varizes.
A condição também é conhecida como Síndrome da Congestão Pélvica, e o tratamento para as varizes pélvicas pode variar dependendo da gravidade dos sintomas, do impacto na qualidade de vida e da saúde reprodutiva da paciente. Vamos abordar os métodos mais comuns para tratar essa condição, desde técnicas menos invasivas, como o tratamento endovascular, até procedimentos cirúrgicos mais complexos.
Entendendo as Varizes Pélvicas e os Sintomas
Antes de entrar nos detalhes dos tratamentos, é importante entender como surgem as varizes pélvicas e quais sintomas podem causar. Quando o sangue não retorna adequadamente ao coração, ele se acumula nas veias da pelve, fazendo com que essas veias dilatem e aumentem de volume. Esse acúmulo provoca sintomas que vão além da dor e incluem:
- Dor Pélvica Crônica: uma dor contínua ou intermitente, que tende a piorar no fim do dia ou após longos períodos de pé;
- Sensação de peso na pelve: desconforto e sensação de peso são comuns, especialmente após exercícios físicos;
- Dores durante o ciclo menstrual e relações sexuais: a dor pode se intensificar no período menstrual e durante relações sexuais, interferindo no bem-estar da mulher;
- Inchaço e Sensação de Plenitude: algumas mulheres relatam inchaço abdominal e sensação de plenitude ou distensão.
O diagnóstico é geralmente realizado com exames de imagem, como ultrassom com Doppler, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que mostram o estado das veias e ajudam a guiar o melhor tipo de tratamento.
Tratamentos para Varizes Pélvicas
Existem várias opções de tratamento para as varizes pélvicas, cada uma indicada conforme a gravidade do caso, os sintomas e o estado geral de saúde da paciente. Os tratamentos variam desde procedimentos minimamente invasivos até opções cirúrgicas mais complexas.
1. Tratamento Endovascular: Embolização das Varizes Pélvicas.
A embolização é um dos tratamentos mais utilizados para as varizes pélvicas, pois é minimamente invasivo e possui um tempo de recuperação curto. Este procedimento é realizado em ambiente hospitalar, por um cirurgião vascular ou radiologista intervencionista, utilizando uma técnica de cateterismo.
- Como funciona: o médico insere um cateter, geralmente pela virilha ou pelo braço, e o direciona até as veias pélvicas dilatadas. Em seguida, libera pequenas bobinas ou um agente embolizante, como espuma ou partículas, para bloquear o fluxo sanguíneo nestas veias, fazendo com que elas se contraiam e o sangue seja redirecionado para outras veias saudáveis.
- Vantagens: a embolização é um procedimento ambulatorial, o que significa que, em muitos casos, a paciente pode voltar para casa no mesmo dia. A recuperação é rápida e os resultados são duradouros, proporcionando alívio dos sintomas para a maioria das pacientes.
- Efeitos Colaterais: embora seja seguro, a embolização pode causar alguns efeitos colaterais temporários, como dor e hematomas no local da inserção do cateter. Em casos raros, pode ocorrer recanalização (reabertura) da veia, necessitando de um novo procedimento.
2. Escleroterapia
A escleroterapia é uma técnica que pode ser usada para tratar varizes pélvicas menores ou em conjunto com a embolização para maximizar os resultados. Esse procedimento também é minimamente invasivo e, em muitos casos, é realizado sob anestesia local.
- Como funciona: um agente esclerosante é injetado diretamente nas veias afetadas, causando uma reação que fecha e endurece a veia. Isso impede que o sangue continue fluindo pela veia problemática, eliminando os sintomas.
- Vantagens: a escleroterapia é um procedimento rápido e indolor, podendo ser realizado em ambiente ambulatorial. É uma ótima opção para quem possui varizes pélvicas de pequeno porte.
- Desvantagens: este método é indicado apenas para vasos menores e pode não ser eficaz em varizes maiores ou em veias de calibre mais alto.
3. Terapia Hormonal
Algumas mulheres se beneficiam da terapia hormonal para reduzir o fluxo sanguíneo nas veias pélvicas dilatadas. Os hormônios podem ajudar a controlar o fluxo sanguíneo e aliviar os sintomas, especialmente se estiverem relacionados ao ciclo menstrual.
- Como funciona: são utilizados medicamentos hormonais que reduzem a circulação nas veias pélvicas, aliviando o desconforto e a dor. Essas medicações incluem progestágenos e agonistas de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina).
- Vantagens: a terapia hormonal é uma abordagem conservadora, indicada para casos menos graves e sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
- Desvantagens: o uso prolongado de hormônios pode causar efeitos colaterais, como alterações de humor, ganho de peso e aumento do risco de doenças cardiovasculares. A terapia hormonal é indicada principalmente para mulheres que não respondem bem a outros tratamentos.
4. Cirurgia Aberta para Tratamento das Varizes Pélvicas
A cirurgia aberta é geralmente o último recurso para tratar as varizes pélvicas, indicada apenas para casos em que as outras opções de tratamento não foram eficazes ou quando a condição é grave e exige intervenção direta.
- Como funciona: a cirurgia aberta consiste na ligadura e remoção das veias afetadas. O cirurgião realiza pequenas incisões na pelve para acessar e remover as varizes dilatadas, promovendo a circulação por vias saudáveis.
- Vantagens: a cirurgia aberta pode ser altamente eficaz para casos complexos e com grandes varizes que não respondem bem aos tratamentos minimamente invasivos.
- Desvantagens: esse tipo de cirurgia tem um tempo de recuperação mais longo e envolve um período de internação hospitalar. Há um risco maior de complicações, como infecção e formação de cicatrizes.
5. Histerectomia (em casos específicos)
Em alguns casos de varizes pélvicas associadas a outras condições ginecológicas, como endometriose ou adenomiose, pode ser indicada a histerectomia, que é a remoção do útero. Essa opção é avaliada criteriosamente e indicada apenas quando a dor pélvica crônica afeta significativamente a qualidade de vida da paciente e outros tratamentos falharam.
O tratamento das varizes pélvicas evoluiu significativamente, com várias opções de terapias que variam de procedimentos minimamente invasivos, como a embolização e escleroterapia, a opções cirúrgicas mais intensivas, dependendo da gravidade do caso e das características individuais da paciente.
Se você ou alguém próximo sente sintomas de dor pélvica persistente, sensação de peso ou inchaço abdominal, é importante procurar um especialista em circulação para avaliar a necessidade de exames e tratamentos.
Conte com quem pode te ajudar!
A Dra. Ani Loize Arendt é médica especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular com mais de 10 anos de experiência na área. Vamos agendar uma consulta para entender as diferentes formas de cuidar da sua saúde!
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