Doença Arterial Periférica (DAP): opções de tratamento

DAP

A obstrução arterial periférica, também conhecida como Doença Arterial Periférica (DAP), ocorre quando as artérias que levam sangue para os membros ficam bloqueadas ou estreitas devido ao acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias, uma condição chamada aterosclerose

Esse bloqueio impede que o sangue circule adequadamente, causando dor, cãibras e outros sintomas graves que, se não tratados, podem levar a complicações, como úlceras e até a necessidade de amputação.

O tratamento da obstrução arterial periférica varia de acordo com a gravidade da doença, indo desde mudanças no estilo de vida e exercícios físicos até procedimentos cirúrgicos mais complexos. 

Neste artigo, vamos explorar os principais tratamentos disponíveis, desde as abordagens menos invasivas até as cirurgias que podem ser necessárias para restaurar o fluxo sanguíneo.

1. Mudanças no estilo de vida e exercício físico

Nos estágios iniciais da DAP, quando os sintomas ainda são leves ou moderados, o tratamento pode focar principalmente em mudanças no estilo de vida. Esses ajustes são essenciais não só para controlar a progressão da doença, mas também para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Parar de fumar

O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para a DAP, pois contribui para o acúmulo de placas nas artérias e acelera o estreitamento dos vasos sanguíneos. Parar de fumar é fundamental para prevenir a progressão da obstrução arterial e reduzir o risco de complicações graves, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).

Exercícios físicos supervisionados

O exercício físico, especialmente a caminhada regular, é uma das abordagens mais eficazes para tratar a DAP. A prática de caminhada supervisionada pode ajudar a aumentar o fluxo sanguíneo para as pernas e fortalecer os músculos, reduzindo a dor e os sintomas de claudicação intermitente (dor nas pernas durante a caminhada).

Estudos mostram que programas estruturados de exercícios, realizados sob orientação médica, podem melhorar significativamente a distância que o paciente consegue percorrer antes que a dor comece. Geralmente, recomenda-se que os pacientes façam caminhadas de três a cinco vezes por semana, por 30 a 60 minutos, com aumento gradual da intensidade e duração.

Controle do peso e dieta saudável

Uma dieta rica em fibras, pobre em gorduras saturadas e com baixo teor de sódio pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol e controlar a pressão arterial. Manter um peso saudável também diminui o estresse sobre o sistema cardiovascular e melhora a circulação sanguínea.

Controle de outras condições de saúde

Hipertensão, colesterol alto e diabetes são fatores de risco para a DAP. Controlar esses problemas com medicação adequada e ajustes na alimentação pode ajudar a retardar a progressão da obstrução arterial.

2. Medicamentos

Quando as mudanças no estilo de vida, sozinhas, não são suficientes para controlar a DAP, os médicos podem prescrever medicamentos para melhorar o fluxo sanguíneo e prevenir complicações. Os medicamentos mais comuns incluem:

  • Antiplaquetários (como aspirina ou clopidogrel): esses medicamentos ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos, que podem agravar a obstrução arterial e aumentar o risco de ataque cardíaco ou AVC.
  • Estatinas: as estatinas são medicamentos que reduzem os níveis de colesterol no sangue, ajudando a retardar o acúmulo de placas nas artérias.
  • Medicamentos para pressão alta: o controle rigoroso da pressão arterial é importante para evitar danos adicionais às artérias e melhorar o fluxo sanguíneo.
  • Cilostazol ou pentoxifilina: são medicamentos específicos que podem ajudar a aliviar os sintomas de claudicação intermitente, melhorando a capacidade de caminhar.

Esses medicamentos não curam a DAP, mas ajudam a controlar a progressão da doença e reduzem o risco de complicações graves, como infartos e derrames.

3. Tratamentos minimamente invasivos

Quando a obstrução arterial é mais grave e os sintomas interferem significativamente na qualidade de vida do paciente, mas ainda é possível evitar cirurgias abertas, os procedimentos minimamente invasivos podem ser indicados. Essas intervenções são menos agressivas e têm tempos de recuperação mais curtos.

Angioplastia com balão

A angioplastia é um procedimento minimamente invasivo no qual um pequeno balão é inserido na artéria por meio de um cateter. O balão é inflado na área de obstrução, expandindo a artéria e melhorando o fluxo sanguíneo. Em muitos casos, um stent (pequena malha metálica) é colocado na artéria para mantê-la aberta após o procedimento.

A angioplastia é recomendada para pacientes que têm bloqueios moderados a graves, especialmente se a dor nas pernas for intensa e prejudicar a mobilidade. A recuperação é relativamente rápida, e o paciente pode voltar às atividades normais em poucos dias.

Terapia intravascular com laser

Nesse procedimento, um feixe de laser é usado para remover ou vaporizar as placas que estão obstruindo a artéria. O laser é inserido por meio de um cateter até o local do bloqueio e, em seguida, é ativado para destruir as obstruções. Esse tratamento pode ser combinado com a angioplastia para obter melhores resultados.

Aterectomia

A aterectomia é um procedimento em que um dispositivo especial, inserido por meio de um cateter, é usado para “raspar” ou remover as placas de gordura da artéria. Esse procedimento é útil para desobstruir artérias que são muito calcificadas ou quando outras opções, como a angioplastia, não são adequadas.

4. Cirurgias

Nos casos em que as opções menos invasivas não são eficazes ou viáveis, pode ser necessária a intervenção cirúrgica para restaurar o fluxo sanguíneo. As cirurgias são indicadas quando há um risco elevado de complicações graves, como isquemia crítica (falta severa de sangue nos tecidos), ou quando o paciente sofre com dores intensas, mesmo em repouso.

Cirurgia de Bypass Arterial

O bypass arterial é uma cirurgia em que o cirurgião cria uma rota alternativa para o sangue, desviando-o ao redor da artéria bloqueada. Um enxerto, que pode ser feito de um vaso sanguíneo do próprio paciente ou de um material sintético, é conectado acima e abaixo do bloqueio, permitindo que o sangue flua livremente.

Esse procedimento é considerado quando a obstrução é extensa ou localizada em uma área crítica, como a aorta ou as principais artérias das pernas. Embora a recuperação seja mais longa que em procedimentos minimamente invasivos, o bypass arterial oferece uma solução duradoura para casos graves de DAP.

Endarterectomia

A endarterectomia é uma cirurgia em que o cirurgião remove a placa acumulada dentro da artéria bloqueada. Esse procedimento é frequentemente usado em artérias do pescoço (carótidas) e nas pernas. Ela costuma ser indicada para pacientes com bloqueios graves em áreas estratégicas, onde o risco de complicações é alto.

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A Dra. Ani Loize Arendt é médica especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular com mais de 10 anos de experiência na área. Vamos agendar uma consulta para entender as diferentes formas de cuidar da sua saúde!

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