Quando falamos sobre varizes, muitas pessoas imaginam aquelas veias azuladas e salientes que aparecem nas pernas. No entanto, o que muitos não sabem é que a origem desse problema pode estar mais profunda, em uma veia que nem sempre é visível a olho nu: a veia safena. Em diversos casos, mesmo sem sinais aparentes na pele, essa veia pode estar comprometida e exigindo tratamento para evitar complicações futuras.
Neste artigo, vamos explicar o que é a veia safena, por que seu comprometimento nem sempre é visível externamente e quais são os riscos de não tratá-la quando indicado. A intenção é mostrar que cuidar da saúde vascular vai muito além da estética, é uma questão de bem-estar, qualidade de vida e prevenção de doenças graves.
O que é a veia safena?
A veia safena é uma das principais veias superficiais dos membros inferiores. Existem duas: a safena magna, que se estende do tornozelo até a virilha, e a safena parva, que vai da parte de trás do tornozelo até a parte posterior do joelho.
Apesar de serem superficiais, as veias safenas têm função importante na drenagem do sangue das pernas de volta ao coração. Quando essas veias perdem sua função valvular – ou seja, quando as válvulas internas que impedem o refluxo do sangue falham – ocorre o que chamamos de insuficiência venosa, que pode evoluir para varizes e outras complicações.
Quando a veia safena adoece
A insuficiência da veia safena ocorre quando o sangue, em vez de subir em direção ao coração, começa a refluir (descer), gerando aumento de pressão nas pernas, dilatação de outras veias e sintomas variados. Esse processo nem sempre resulta em varizes visíveis na pele no início. É aí que mora o perigo: a doença pode estar se desenvolvendo silenciosamente.
Os sintomas iniciais incluem:
- Sensação de peso ou cansaço nas pernas, principalmente ao final do dia;
- Inchaço (edema), principalmente nos tornozelos;
- Câimbras noturnas ou dores nas pernas;
- Queimação ou formigamento;
- Escurecimento da pele ao redor dos tornozelos;
- Aparência de pequenos vasinhos (telangiectasias).
Esses sinais são muitas vezes ignorados ou atribuídos a outros fatores, como má circulação, sedentarismo ou envelhecimento. No entanto, podem indicar uma insuficiência da veia safena que, se não tratada, pode evoluir.
Por que tratar a safena se ela não aparece?
Muitas pessoas se perguntam: “Se eu não vejo nenhuma veia estufada, por que preciso tratar?”. A resposta é simples: a saúde vascular não se vê apenas com os olhos, mas com diagnóstico e avaliação especializada.
A insuficiência da safena pode estar presente mesmo na ausência de varizes visíveis, especialmente em fases iniciais. Com o tempo, a pressão anormal provocada pelo refluxo sanguíneo leva ao aparecimento de varizes secundárias, alterações na pele e até mesmo úlceras venosas (feridas crônicas de difícil cicatrização), que podem comprometer significativamente a qualidade de vida.
O tratamento da safena doente, quando indicado, pode:
- Aliviar sintomas incômodos como dor, inchaço e câimbras;
- Evitar o surgimento de varizes visíveis ou a progressão das já existentes;
- Prevenir complicações como tromboflebite (inflamação da veia com coágulo) e úlceras;
- Reduzir a chance de recidiva após tratamento de varizes.
Em muitos casos, pacientes que trataram apenas as varizes visíveis, sem corrigir a disfunção da safena, apresentam recidivas em pouco tempo. Isso acontece porque a raiz do problema não foi tratada.
Como saber se a veia safena está doente?
O diagnóstico da insuficiência da veia safena é feito principalmente por meio do exame Doppler venoso dos membros inferiores, um ultrassom com avaliação funcional que permite visualizar o fluxo sanguíneo dentro das veias. Assim, o cirurgião vascular pode detectar refluxo, trombos e o grau de comprometimento da safena.
É um exame não invasivo, indolor e essencial para um plano de tratamento seguro e personalizado.
Além disso, a avaliação clínica é fundamental. O histórico de sintomas, hábitos de vida, histórico familiar e fatores de risco (como obesidade, sedentarismo, múltiplas gestações ou profissão com longos períodos em pé) ajudam a compor o quadro clínico.
Quais os tratamentos para a safena doente?
Hoje, o tratamento da veia safena pode ser realizado de maneira segura, eficaz e minimamente invasiva. As principais opções incluem:
1. Endolaser (Ablação térmica por laser)
Um dos métodos mais modernos, em que uma fibra de laser é introduzida dentro da veia e, por meio de calor controlado, provoca seu fechamento. Pode ser feito com anestesia local ou leve sedação, sem necessidade de grandes cortes.
2. Radiofrequência
Similar ao laser, utiliza energia térmica para fechar a veia por dentro, com bons resultados e recuperação rápida.
3. Cirurgia convencional (stripping)
Consiste na retirada da veia safena por meio de pequenas incisões na pele, embora mais invasiva do que as opções modernas, continua sendo uma ótima opção.
4. Espuma ecoguiada
Consiste na injeção de uma substância em forma de espuma dentro da veia safena, guiada por ultrassom.
A escolha do tratamento dependerá do grau de comprometimento da veia, dos sintomas, da anatomia individual e da disponibilidade técnica. O cirurgião vascular avaliará qual a melhor opção para cada paciente.
Tratar a veia safena mesmo quando ela não está visível é uma atitude preventiva e inteligente. A insuficiência venosa crônica é uma doença progressiva que, quando ignorada, pode comprometer a saúde e o bem-estar do paciente de forma significativa.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam complicações futuras, melhoram a qualidade de vida e proporcionam resultados estéticos e funcionais mais duradouros.
Se você sente dores nas pernas, inchaço, câimbras ou qualquer outro sintoma vascular, procure um cirurgião vascular. Por meio de avaliação clínica e exames como o Doppler venoso, é possível identificar problemas ocultos e iniciar o tratamento antes que a doença avance.
Lembre-se: o que os olhos não veem, o corpo sente. Cuidar da sua circulação é um passo essencial para a sua saúde.
Conte com quem pode te ajudar!
A Dra. Ani Loize Arendt é médica especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular com mais de 10 anos de experiência na área. Vamos agendar uma consulta para entender as diferentes formas de cuidar da sua saúde!
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Dra. Ani Loize Arendt
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